O caso de agressão ou «bullying», de um jovem de 13 anos, por colegas, numa escola do Seixal, que terminou no atropelamento do mesmo, é mais um terrível caso de violência vivida em meio escolar.
Sem contudo, querer diabolizar ninguém, não me parece aceitável qualquer justificação para o caso.
Referir como disse a mãe da agressora, que a vítima, «era um bocado pica miolos», não pode de maneira nenhuma servir de desculpa ou atenuante.
Ninguém, jovem ou adulto é obrigado a dar-se bem com todos. Mas correr aos gritos em bando desenfreado, atrás de um garoto indefeso e assustado e bater-lhe, o que é senão uma agressão ou uma violência? Acresce a isto o ser tudo filmado e partilhado pelos telemóveis, de que todos os miúdos usam e abusam.
Terá de haver muito trabalho nas famílias e nas escolas para que estes casos não se multipliquem.
No decurso deste ano já morreram assassinadas às mãos dos seus maridos ou companheiros, 21 mulheres. Assustador.
Dá que pensar. Muito há a fazer no campo da educação e da capacitação de cada um, ou cada uma, para recusar a violência, antes que seja tarde demais.
Agora vou contar um exemplo «incorreto» presenciado na zona em que vivo. Noite adentro os vizinhos acordaram assustados com os gritos, choros e sons de confronto de um casal. Chamada, apareceu a policia, com prontidão até, que conversou com o casal, informando sobre a situação penal.
De manhã cedo, à partida do homem, assomou a mulher sorridente à porta a despedir-se.
Como se tivesse sido apenas mais uma noite. Nada de mais, portanto. Nada de procurar mudar comportamentos, ou pelo menos tentar, antes que seja tarde e que as tristes estatísticas venham ainda a aumentar.
Estreou entre nós, a semana passada, um novo filme da Disney, uma readaptação de um conhecido romance francês, escrito no século 18, pela escritora Dame de Villeneuve, «A Bela e o Monstro».
Trata-se da clássica e romântica história de uma jovem heroína, que se apaixona por um monstro, (o ator Dan Stevens). que na realidade é um príncipe encantado, a quem só o amor pode resgatar do feitiço que o transformou.
Não interessa dizer que Bella, (a atriz Emma Watson), é uma moderna heroína, corajosa e destemida que gosta de ler e de correr riscos, porque toda a trama se baseia no imaginário tradicional, em que a beleza e a bondade, conseguem combater o mal.
É a perigosa ideia, inculcada desde cedo em muitas mulheres, que, «com um beijo, qualquer sapo vira príncipe».
Ora isto não é verdade. Ao falarmos com mulheres vítimas de violência doméstica, muitas dizem, terem as agressões começado no período do namoro. Quando se lhes pergunta, porque continuaram a relação, quase sempre referem «eu pensava que ele iria mudar».
Infelizmente, raras vezes os monstros mudam e muitas vítimas chegam a perder a vida nesta ilusão.
Pondo de parte estes juízos, eis que chegou às nossas salas, mais um belo filme, com lindas canções.