As mães portuguesas
Ao criar ou educar um filho, cada mãe e cada pai transmite um pouco da sua cultura e das suas raízes. Com segurança, ninguém pode dizer quais são as melhores.
Assim, são diferentes as preocupações dos pais do norte da Europa, que tentam que os seus filhotes ganhem rapidamente autonomia, e onde vemos as crianças pequenas a serem responsáveis pela limpeza das salas de aula, e pela ajuda nos refeitórios, (e olha a poupança que viria daí), sendo que na verdade, acabam por sair mais cedo de casa.
Pelo contrário, os povos do sul, valorizam menos a independência, dizendo-se que os jovens italianos são os que mais tarde abandonam o ninho familiar. Sabemos que o cumprimento de regras e a pontualidade são uma característica muito apreciada pelas famílias alemãs, onde as crianças e os adultos nunca se atrevem, por exemplo, a atravessar uma estrada sem trânsito, enquanto o sinal dos peões estiver encarnado. Também as crianças alemãs depressa começam a ir sozinhas para a escola, talvez porque as escolas sejam perto de casa e com tanta regra cumprida os riscos do percurso sejam poucos.
A valorização da família é uma preocupação portuguesa, onde grande parte do trabalho doméstico recai ainda em cima da mulher e onde a participação feminina no mercado de trabalho continua a ser uma das mais altas da Europa.
Com tantas diferenças na forma de educar, uma coisa é certa, para além de as mães portuguesas serem quase todas umas heroínas, nunca conheci nenhuma, que não passasse primorosamente a ferro a roupa do seu bebé (ou mandasse passar), folhinhos e tudo, mesmo que a criancinha ainda mal abandone o berço.
E houve tempos, em que até as fraldas lavadas à mão eram passadas a ferro.
Nota: As fotos usadas neste blog são da autora, mas como desta vez se trata de uma obra de António Charrua, aqui fica a referência.