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Ninguém é feliz sozinho

Ninguém é feliz sozinho

Ladrão que fica à porta

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Diz o povo, «tão ladrão é o que vai à horta como o que fica à porta». E diz muito bem, como é evidente.

Fugiu à justiça, para parte incerta, o banqueiro João Rendeiro. Ficou cá a mulher, fiel depositária de várias obras de arte, arrestadas pela justiça. Depositária sim, fiel, muito pouco, pois que algumas peças terão entretanto desaparecido. 

Chamada a tribunal, parece que a audiência terá sido suspensa, devido às lágrimas da esposa, sem «condições psicológicas para prestar depoimento.»

Comovente cena de telenovela.

Que tristeza de espetáculo, que deprimente imagem de justiça. 

Os portugueses mereciam melhor.

A nossa justiça

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Quem conhece a excecional obra de Victor Hugo, «Os miseráveis», identifica o magistrado Javert como aquele que nunca desiste de perseguir o que ele entende, numa perspetiva muito própria, ser culpado. Tal perseguição ao longo de anos, já não tem nada a ver com a justiça, mas sim com vingança ou ajuste de contas.

Há pessoas assim, há magistrados portugueses assim. Há pessoas cujo maior empenho é dizer mal do trabalho de outrém, desfazer o que foi feito, sem ser caso disso e sem cuidar de saber se está bem ou mal.

Dão uma triste imagem do que deve ser a busca da justiça, mas para eles o mais importante é a sua opinião, a sua razão, a exaltação do seu ego.

Claro que é difícil digerir esta serpente, claro que a sociedade precisa de reagir e tentar corrigir tal desvio, claro que a justiça necessita e muito de ser melhorada. 

O país não pode rever-se na justiça que tem. 

Acreditar na justiça portuguesa

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Não é fácil acreditar na justiça portuguesa, que não se dá ao respeito.

Anda a SIC a entreter os espectadores com as gravações de uma investigação de suspeitas de subornos e outros crimes feios e maus, denunciadores de ligações escuras entre a alta política e a alta finança.   

Triste e ainda mais triste, se pensarmos que têm sido sempre os mesmos, os cidadãos, a pagar estes e muitos outros desmandos da banca e da política.

Mas em vez de passarem gravações na televisão ou darem informações para os jornais, levem o caso a julgamento, que o assunto já enjoa. Isso sim, seria fundamental. Chamam a isto fugas de informação e afirmam abrir averiguações. Quem pretendem iludir? 

Que imagem nos fica da justiça portuguesa? 

A justiça portuguesa vai à caça

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Que a justiça ande à caça dos criminosos, acho que é o seu dever. 

Agora porque mistério inexplicável, se reúnam antecipadamente os jornalistas e as televisões, que se juntam como abutres, prontos a julgar já e ali mesmo na praça, acho que é uma tristeza. 

Chamam-lhe «fugas de informação», eufemismo, sem dúvida, pois que é uma constante.

Precisamos de rapidez e dignidade na nossa justiça. 

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