Cuidado com os romances históricos
Como já tenho referido amiúde, ando sempre a ler qualquer coisa e desta vez peguei no livro, «D. Teresa» da escritora, Isabel Stilwell, da qual já tenho lido com gosto outros romances, que me lembre, D. Filipa de Lencastre, D Catarina de Bragança, D. Amélia e D. Maria II.
Esta D. Teresa é a mãe de Dom Afonso Henriques e por conseguinte a história passa-se nos séculos XI e XII.
Ou seja, as batatas e o milho ainda não tinham chegado à Europa, pois que só por cá apareceram trazidos da América após as aventuras dos descobrimentos.
Os romances históricos são muitas vezes uma fantasia, tanto maior, quanto mais distante for a época e obrigam a muito esforço e pesquisa, que calculo seja apanágio desta autora.
Mas não se pode escrever num romance desta época, «...enquanto acendiam as lareiras, cortavam batatas na cozinha...» e «a broa de milho, a que não resistia», conforme referido nas páginas 24 e 193.
Dado o valor inegável deste tipo de literatura e sendo Stilwell considerada a «autora de romances históricos mais lida em Portugal», sugiro que estes erros sejam prontamente corrigidos numa próxima edição.