Ladrão que fica à porta
Diz o povo, «tão ladrão é o que vai à horta como o que fica à porta». E diz muito bem, como é evidente.
Fugiu à justiça, para parte incerta, o banqueiro João Rendeiro. Ficou cá a mulher, fiel depositária de várias obras de arte, arrestadas pela justiça. Depositária sim, fiel, muito pouco, pois que algumas peças terão entretanto desaparecido.
Chamada a tribunal, parece que a audiência terá sido suspensa, devido às lágrimas da esposa, sem «condições psicológicas para prestar depoimento.»
Comovente cena de telenovela.
Que tristeza de espetáculo, que deprimente imagem de justiça.
Os portugueses mereciam melhor.