E quando dinheiro a mais só dá chatices
Pobres pais da menina Matilde. Não só são contemplados com uma doença complicada e rara que atormenta a filha, como ao criarem nas redes nacionais um peditório nacional destinado à compra de um medicamento de valor astronómico, conseguem em poucos dias reunir cerca de 2 milhões e meio de euros, mais do que o necessário para esse fim.
Os portugueses doaram rápida e generosamente esse dinheiro, comovidos com a situação.
Mas quem pagou o medicamento foi o Estado português, como não podia deixar de ser, ou seja, foram os impostos de todos nós.
Não falo aqui de outros bebés Matildes ou velhos Eduardos, que também precisavam ou ainda precisam de um medicamento ou tratamento em concreto e que continuam a esperar.
Isto porque sempre ouvi dizer, que quem não chora não mama.
Pergunto-me o que devem agora estes pais fazer com tanto dinheiro? Que dupla maldição lhes terá caído em cima. Devolver a sua totalidade, devolver a quem pedir a devolução, será isto possível e exequível? Guardar algum, para o futuro da filha, para ajudar outras crianças, mas com base em que critérios?
Qualquer que seja a decisão a tomar, vai haver sempre críticas e juízos negativos e se não surgir também algum processo crime por burla ou qualquer outra coisa, já será uma sorte.
Mais um exemplo das chatices que o muito dinheiro pode dar e que ainda pode vir a atormentar os pobres pais da bebé Matilde.