Não temos falta de lindas janelas, não senhor. Por todo o país, nas zonas mais antigas, existem bonitos exemplares, enquadrados por azulejos ou por cantaria mais ou menos trabalhada, um regalo para a vista.
Agora em termos de eficiência energética e de conforto, sobretudo nas noites e dias gelados, ou nos dias de grande calor, algumas destas janelas são uma desgraça, pois não isolam as habitações, permitindo trocas indesejadas de temperatura.
Muitas famílias e instituições têm optado pela mudança de caixilharias nas suas casas e nota-se bem a diferença, nesses ambientes renovados. Ora, como investimento é caro, mas acaba por compensar com a economia de aquecimento e arrefecimento ao longo dos anos.
Para a maioria dos portugueses jovens arrendar ou comprar casa, sobretudo nas cidades de Lisboa e Porto, é cada vez mais inacessível.
E isto pela lei básica da economia, a oferta é escassa e a procura é muita.
Nos últimos anos, quer pela falta de construção nova, quer pelo desenvolvimento turístico, os preços das casas têm vindo a subir. Empregos há agora mais, felizmente, mas os salários não têm aumentado, pelo contrário, o salário médio tem descido.
Claro que as políticas de arrendamento erradas, impedindo o aumento das rendas e dificultando o despejo dos incumpridores, não vão favorecer este mercado.
Por outro lado, ao passear pelos centros urbanos ou ao entrarmos num qualquer site de imobiliário, fica-se facilmente maravilhado com as recuperações e as decorações que os apartamentos apresentam.
Mas tudo caro, muito caro.
Agora o que não se compreende, é como, nesta escassez, havendo casas já recuperadas e prontas a serem arrendadas, estejam há mais de um ano, desocupadas esperando pela licença da Câmara Municipal de Lisboa.
Que é preciso mudar o Plano Diretor Municipal. Então mudem e depressa, que as casas estão a fazer muita falta a muita gente.