A burocracia ou «burrocracia» é um pecado muito português, capaz de desesperar a mais paciente criatura. Os serviços públicos aproveitaram a pandemia , a onda ou o que quer que seja, para resolverem ou facilitarem muitas coisas on line. Mas algo continua a falhar. Como pode a renovação de um pedido feito há menos de um ano, e não tendo havido qualquer alteração da situação, exigir de novo a entrega dos mesmos documentos ? Assim acontece com a renovação do dístico de estacionamento da viatura para cidadão residente estabelecido pela EMEL.
É um desespero, dei comigo a desejar estar numa repartição a tirar uma senha, esperar a minha vez e ser atendida ao balcão, por alguém que entendesse o significado de renovaçáo por mais um ano de um pedido anterior. Tudo igual, igualzinho, só mais um novo ano.
Vamos lá a saber, de quem é a culpa pelas filas enormes e madrugadoras nas Lojas do cidadão, grande parte delas para obter ou renovar o seu cartão do cidadão?
Foi-nos dito, por quem teria feito muito melhor figura respeitando a regra de ouro do silêncio, que a culpa só pode ser do próprio cidadão, porque vai tão cedo fazer fila para obter um simples cartão.
Pois se o cidadão precisa, se é exigido por lei, se o agendamento demora meses, e se as lojas não conseguem dar resposta, que se há-de fazer, alguém pode explicar?
Ai burocracacia ou burrocracia, porque não nos deixas em paz?
Os cidadãos são pisados e torturados nas famosas lojas do cidadão.
A burocracia esmaga-nos. Estas lojas concentraram a burocracia mas pouco fizeram para a aliviar.
O pior de tudo são as gigantescas e madrugadoras filas de espera só para se ter uma senha. Quase sempre com dezenas de números antes do nosso. O que equivale a horas de espera, mas nem sempre garante o direito a chegar ao balcão pretendido e a ser devidamente atendido, porque muitas vezes ainda se ouve o, «pedimos desculpa, mas o sistema está em baixo.»
Ora o desafio seria, a possibilidade de serem distribuídas as famosas senhas de forma digital, mediante um pedido feito pelo telemóvel de cada interessado. Assim evitava-se o terror das filas a dobrar o quarteirão.
Reservavam-se as senhas presenciais para os info excluídos, ou para os balcões com pouca afluência.
E não será possível criar uma aplicação para isto?