sou daquelas
Sou daquelas que nunca acharam que o lugar de uma mulher que faz um aborto é nos tribunais ou na cadeia, como aliás continua a ser em muitos locais do nosso mundo. Lutei contra isso e lutaram muitas da minha geração. Em Portugal a contraceção é permitida e gratuita.
Agora ouvir dizer a uma infeliz, cujo nome não retenho, num programa televisivo e repetido nas redes, que teve de fazer «um aborto porque o meu namorado me disse que não queria aquele filho», parece um grande despropósito. Houve um tempo em que o slogan era «no meu corpo mando eu», mas onde isso já vai.
Já sei que vale tudo, pelos 15 minutos da fama. Mas que fama é esta? A fama da patetice.