Sol na eira e chuva no nabal
Nós os portugueses somos algo complicados, é uma verdade.
Gostamos de ter em simultâneo, um solito na eira, para secar os cereais, e uma chuvinha no nabal para dar vida às hortaliças.
Ora, isto não é possível.
Tanto nos queixámos do abandono e decadência dos centros históricos de Lisboa e do Porto, e agora que as casas estão finalmente a ser recuperadas, a ser ocupadas, dizem que há turistas a mais e que a vida dos bairros foi descaracterizada.
Terá havido casos de idosos a serem afastados, das suas habitações, talvez, mas lembremo-nos que a maioria destas casas não tinha boas condições de habitabilidade, nem recebia obras de manutenção. Os centros estavam desertos, as pessoas tinham medo de andar a desoras em certos bairros.
O turismo destes últimos anos, foi um dos setores que mais cresceu, criando riqueza e novos postos de trabalho.
Agora há vida nos bairros antigos, com gente de fora ou gente de cá, mas gente.