Presos dentro do seu próprio corpo
Com o envelhecimento da população têm aumentado, entre nós, situações extremas de demência, alzheimer ou senilidade, que nos fazem refletir.
Contou-me recentemente pessoa amiga, «o meu sogro, agora com 92 anos, está há quatro anos acamado, numa instituição, totalmente dependente, sem falar, nem conhecer ninguém e a ser alimentado por uma sonda. Acompanhei ainda a velhice e a dependência do meu avô, que também perdeu o discernimento, mas que, como vivia com os filhos e os netos foi muito mais acompanhado, e manteve-se ativo até ao fim. Acho que houve um retrocesso e uma desumanização no apoio aos idosos. Com a melhoria dos cuidados de saúde, esquecemo-nos do principal, que deveria ser o «cuidar» das pessoas e não o prolongar indefinidamente a vida a qualquer custo.»
É isto que pretendemos para os nossos idosos, ou para nós próprios, o ficarmos prisioneiros dentro de um corpo destroçado?