Os novos talhos de bairro
Numa rua estreita a subir ou a descer, conforme a perspetiva, houve em tempos um talho em que a clientela se amontoava, sobretudo aos sábados de manhã, para ser atendida.
Era o dono, quatro filhos também talhantes e ainda a mulher nos pagamentos e nos sacos de plástico.
Houve em tempos, digo, porque fechou há anos e o espaço está desde essa altura para venda.
Os supermercados, a diminuição do consumo de carne, ou os novos hábitos alimentares, puseram fim ao negócio.
Abriu agora no bairro um talho destes modernos, com outra apresentação, carne toda trabalhada, pronta a meter no forno, rolos disto e daquilo, hamburgueres recheados de tudo, rápidas entregas em casa e pedidos «on line» ou pelo telefone.
Tempos muito mais fáceis estes, muito mais escolha e rapidez, da qualidade menor ou maior, não falo, porque desconheço.