Os nossos monumentos e o seu uso
Nos últimos anos, com a dureza da Troika, a mensagem passada para as instituições e organismos, era, «não há dinheiro, por isso sejam criativos».
E daí, as vendas e os alugueres do nosso património. Procurou-se, em suma, a comercialização de tudo que pudesse valer alguma coisa.
Foram criadas tabelas com os custos referentes à utilização dos monumentos nacionais para eventos não públicos, que se traduziam no encaixe nos exauridos cofres de milhares de euros.
Sempre ouvi dizer, «vão-se os anéis fiquem os dedos.»
Por isso, não vou aqui debater se esta situação é boa ou má, se há monumentos mais aptos a receber eventos pagos e outros cuja dignidade os devia colocar num patamar superior. Acho apenas que hipocritamente, alguns tentam esconder a cabeça na areia, fingindo-se inocentes ou ignorantes acerca destas situações.
Ora este assunto não devia ser um facto político, nem se deviam procurar culpados, porque culpados somos todos nós e a nossa ganância.
E sobretudo não tentem criar um novo facto que nos faça esquecer a seca, os fogos, a legionela e mais outras coisas, que estas sim, são bem importantes.