O mau uso das armas de fogo
Estes recentes casos de uso de armas de fogo durante uma discussão ou irritação deviam fazer-nos reflectir.
Na Quinta do Conde, um homem de 77 anos mata a tiro três homens, por causa de uma discussão que teve como origem, queixas contra o ladrar dos cães dos vizinhos.
Um ex-colega norte americano, despedido e despeitado, mata a tiro dois colegas de profissão, um operador de câmara e uma jornalista, quando estes estavam a fazer uma reportagem de televisão em direto.
Revoltados, de cabeça perdida, usaram aquilo de que dispunham, as armas que tinham à mão.
Pois é exatamente aí que bate o ponto.
Na facilidade do alcance de armas. No entanto, no caso português é, e bem, muito mais regulamentado e dificultado o acesso e a utilização de armas de fogo.
Lembro-me, em tempos, de uma zaragata por razões de trânsito, tendo um dos seus intervenientes, um camionista, descido do seu camião com uma barra de ferro, pronto para o que desse e viesse. O outro automobilista, vendo isso e porque era militar, lembrou-se de que tinha uma arma escondida no porta luvas do carro. Mas quando ia a deitar a mão para o abrir, pensou, «será que vale a pena desgraçar hoje a minha vida?» e recuou a tempo. Assim a divergência lá se resolveu com palavras e papeladas e não com agressões, e mais tarde entre os seguros.
Talvez como escudo protetor, para todos, pudesse haver uma maior vigilância ou regular avaliação do estado mental dos portadores de licença de uso e porte de arma.