Noite de trovoada
Nem sempre os nossos animais tem este ar sereno e tranquilo como o da foto.
A minha Charlotte, cadelita meiga e simpática, é capaz de pôr uma casa em rebuliço, sem atender a horários ou tormentas.
Foi o que aconteceu numa destas noites. Tive de a levar à rua, numa urgência, em pijama e casacão por cima.
Mas em vez de regressar prontamente aliviada, comecei a estranhar porque nunca mais me aparecia. Chamei sem êxito.
De repente, rebenta uma chuvada e trovoada monumental. E a bicha que costuma recusar-se a sair debaixo de umas pinguitas que sejam, nada de retornar.
Resolvi voltar a casa para ir buscar chapéu de chuva, gorro e o que mais fosse preciso para enfrentar o temporal.
Eis senão quando, ao olhar pela janela a vejo na rua, escondida atás dos carros, ensopada mas consolada, a cear uns restos de comida ali caídos, que depois verifiquei serem de leitão.
Pode-se dizer que o leitão tem muitos apreciadores.