Ay Argentina, ay Patagónia
Andei por outras paragens no hemisfério sul. Argentina, terra do Papa Francisco, terra do tango, que não é exclusivo da Argentina, mas sim, como explicaram do Mar da Prata, o que inclui também o Uruguai, e Buenos Aires, cidade imensa, traçada a régua e esquadro, com maravilhosa arquitetura europeia do século 19, e com a sua conhecida praça de Maio, onde durante os tristes anos de ditadura se reuniam e manifestavam as mães de Maio, e onde aparecem agora outros descontentes.
Depois desci até à Patagónia e às chamadas terras do fogo e do fim do mundo. Terra do fogo, porque os primeiros marinheiros que a circundaram, e aqui vem à lembrança a viagem de Fernão de Magalhães, viram durante a noite os fogos ou fogueiras dos povos que a habitavam, os índios da Patagónia e assim a denominaram. E terra do fim do mundo, porque está mesmo no fim, como a cidade e o arquipélago de Ushuai, outrora conhecida pela sua prisão de alta segurança, que funcionou até meados do século 20 e de onde partem atualmente expedições para a Antártida.
Muitos turistas, gente de todo o lado e durante quase todo o ano, se bem que abundem sobretudo na primavera e no verão do sul, em busca da montanha, da neve, do ski, do trekking e de outras descobertas.
Natureza virgem, glaciares, pinguins, leões marinhos, neves eternas, vento muito, sempre do Oeste, vindo do Chile, atravessando a cordilheira dos Andes e frio quase todo o ano. Mas uma beleza, que aqui recordo.