As intrincadas relações de vizinhança
Era sempre a mesma coisa, por mais que pedisse com jeitinho, por mais que solicitasse com educação, às segundas feiras levava sempre com a roupa a secar dos vizinhos de cima, a bater nas suas janelas, a sujar os seus vidros e a tapar as suas vistas.
Não sabia mais o que fazer, e pensava conformada que também naquela prédio havia diferentes tipos de vizinhos.
Foi então que um dos seus filhos, quase adolescente, com as mãos sujas de uma laranja que tinha acabado de comer, abriu a janela e num repente, antes que tivesse tempo para a mãe reagir, limpou as mãos aos lençóis molhados da vizinha de cima.
Os lençóis ficaram como bem podem calcular, mas o problema da roupa a secar e a bater nas janelas de baixo nunca mais se repetiu.