A benção da paz conjugal
Era um jantar de amigos de longa data, cúmplices de muitos anos, e em casa de um dos casais.
A dona da casa, mãe de vários filhos e avó ainda de mais netos, perguntou quem queria sopa. Inscreveram-se uns tantos. Sim, ela ia já buscar as sopas, mas a do marido, afiançou, seria aquecida no fogão, pois sabia muito bem que ele não queria comida que tivesse passado pelo micro ondas, essa máquina que ele repetia ser infernal, a espalhar radiações e outras coisas más.
Na cozinha, entre risadas, ela explicava às amigas, «agora ponho o tachinho no lava louças, com água e a concha suja, só para manter as aparências e a sopa vai para o micro ondas, como as outras, é muito mais rápido e dá muito menos trabalho, pois então.»
Entretanto na sala, o marido explica aos amigos, «sei muito bem, que ela vai aquecer a minha sopa no micro ondas, mas deixo-a sempre fazer esta graça.»
E pronto, aqui está mais um exemplo de almas gémeas e harmoniosas, em perfeita sintonia e paz conjugal.