Claudinas de outras eras
Claudina Chamiço
Claudina Chamiço, (1821-1913), foi nos finais do século 19 e princípios do século 20, uma grande benfeitora portuguesa e lutadora contra um mal terrível na época, a peste branca ou mais simplesmente a tuberculose.
Herdeira de uma grande fortuna por morte de quase toda a sua família vitima da terrível doença, decidiu continuar a obra dos seus sobrinhos Amélia e Frederico Biester e levar a cabo a construção do sanatório de Santa Ana na Parede para meninas pobres, no terreno que aqueles tinham comprado para esse fim. Quem se lembraria nesses tempos de escassez de priorizar as meninas pobres dos 4 aos 14 anos? Em muitos registos da época há descrições de algumas dessas meninas referindo-se aos anos que viveram no sanatório como os mais felizes da suas vidas. E como se entende bem. Graças a uma boa alimentação e bons cuidados médicos, repouso e ares do mar, as taxas de cura eram muito elevadas, mais de 90%.
A primeira pedra é lançada em 1901 e em 1904 o sanatório já estava a receber doentes. Apesar da implantação da República em 1905 e da extinção das ordens religiosas, continuou a ser administrado por uma congregação religiosa de acordo com a vontade da sua fundadora. Por testamento desta, será a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa legatária da obra que ainda hoje funciona como Hospital Ortopédico.
Neste final do ano sabe bem recordar figuras de outras eras que contribuiram para melhorar o mundo à sua volta.