Tudo o que eu quero?
«Tudo o que eu quero?» é o nome de uma exposição de artistas portuguesas de 1900 a 2020, patente desde 2 de junho e até 23 de agosto, na Galeria da Fundação Gulbenkian.
São várias as artistas representadas, que se fizeram ouvir e reconhecer numa sociedade e num tempo que lhes era adverso.
Se nos lembrarmos que o padrão dos descobrimentos conta apenas com uma figura feminina, neste caso a mãe do Infante Dom Henrique, a rainha Dona Filipa de Lencastre, vemos como as mulheres estiveram afastadas da narrativa.
Para muitas mulheres existia um lugar vazio na sociedade portuguesa, elas simplesmente não estavam lá.
Porém, há talvez cerca de um século, algumas começaram a ter voz, a expressar-se ou a auto retratar-se, como tão bem soube fazer Aurélia de Sousa. E daí até à ousadia de Joana Vasconcelos, com o seu enorme lustre ou véu de noiva, feito de tampões higiénicos, claro que não foi um passo, foram muitos passos, muitos anos e muitas lutas.
Como diria Maria Lamas, são mulheres do meu país.