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Ninguém é feliz sozinho

Ninguém é feliz sozinho

Os símbolos idos

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Fui buscar o meu neto à creche e a educadora na troca de mensagens rápidas por entre as máscaras e com o devido distanciamento, anunciou orgulhosa, «Hoje na sala estivemos a fazer coisas de Natal». «O presépio?» perguntei. «Não, a árvore de Natal.»

Claro, pensei depois, o mais importante agora é a árvore e as bolas e as luzes. Quem é que  perderá tempo a explicar a uma criança a simbologia de uma família, sem abrigo, alojada num curral, numa noite fria?  

Em tempos, participei numa visita guiada à Igreja Paroquial da Ericeira, Igreja de São Pedro, com um belo interior com painéis alusivos à vida do Santo. Num desses painéis vê-se um galo, símbolo este da traição de S.Pedro. E o jovem guia, que tão bem tinha explicado as origens e a história do monumento, comenta a pintura, dizendo, «está aqui um galo, porque nesse tempo era uma refeição comum». Expliquei então o sentido da representação, relacionada com a negação do Santo, quando Cristo lhe disse antes da paixão, «Nesta noite antes que o gale cante, três vezes me negarás.» E assim aconteceu, segundo os Evangelhos. Interpelado três vezes, Pedro respondeu sempre que não conhecia Cristo. E após a sua ultima negação ouviu-se o cantar do galo.  E Pedro chorou então as lágrimas tristes da sua traição. 

É evidente que o guia nunca tinha ouvido esta história, bem como a maioria dos participantes da visita.

Nem esta história, cristã é certo, nem outras histórias, de outras origens ou não, porque as histórias dão trabalho a contar a ler e a descortinar.

Mais fácil é colocar as luzes num arremedo de pinheiro de plástico.

E assim se vai perdendo o conhecimento dos símbolos das nossas culturas. 

As decisões do Ministério da Saúde

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Estamos todos a atravessar um período negro, muito negro mesmo e sem fim à vista.

Vou agora falar da decisão do Ministério da Saúde, que este ano, determinou que a vacina da gripe seria ministrada pelos Centros de Saúde.

Ou seja, as farmácias deixaram de receber as quantidades que costumavam receber e os interessados foram aconselhados a marcar dia e hora no respetivo Centro.

Tudo isto poderia na verdade funcionar. 

Mas não funcionou. Avisaram-me agora que a minha vacinação marcada há semanas, para a próxima segunda feira, foi desmarcada sem qualquer previsão de nova data.

Telefonei para a farmácia, continuam sem receber as vacinas e não sabem quando, ou se, as receberão.

E estamos nisto. As novidades implementadas num ano tão difícil produziram estes resultados. Fizeram as marcações sem saber se dispunham do medicamento e agora em cima da hora, descobriram que afinal já não há, nem ninguém sabe se tornará a haver.

São estas as boas decisões da Saúde. Mais um sapo que temos de engolir neste caos.

 

 

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