Uma emoção, uma aventura, o regresso ao restaurante favorito.
Primeiro verificar se «já» estão abertos. Depois arrebanhar os familiares e marcar mesa, na esplanada, bem melhor.
Depois os não esquecer os «tapa focinhos». Máscaras, digamos.
Vem a ementa, plastificada, escolhe-se, espera-se e saboreia-se.
Tudo «clean and safe».
Que delícia, o solinho a aquecer as costas e o resto a incendiar-nos a alma.
Ai prazeres de antigamente, postos de lado, e que retornam. As conversas e os risos nas mesas partilhadas. Não queremos que nos fujam mais. Fazem muita falta.
Há várias instituições e serviços que existem para servir o público. Quem precisa dirige-se aos mesmos com a intenção de obter um resultado, um serviço.
Está bem que estamos a viver numa pandemia, está bem que fomos aconselhados a ficar em casa, mas a partir do dia 18 de maio, contávamos começar a desconfinar.
Ora estando os serviços fechados, como obter ou alterar um dístico da Emel, para estacionamento de viatura de residente, ou um leitor de via verde? O atendimento on line não resolve estas situações.
Mas é que os postos de atendimento presencial continuam encerrados pelo menos até Junho, foi o que me disseram.
Hoje acordei a cantarolar na minha cabeça, «Sebastião come tudo tudo tudo, Sebastião come tudo sem colher, Sebastião fica muito barrigudo e depois, e depois, bate na mulher...»
Como é possível que esta cantilena horrorosa me tenha vindo à mente, não sei...Também não recordo quem me ensinou isto. Tenho ideia que era uma canção popular e ainda me lembro de associar ao seu final, «Sebastião é um bruto barrigudo», o que já não era nada mau para a época.
Depois olhei à volta, e a realidade deu-me um chapadão, surgiu mais um, entre tantos «Sebastiões» conhecidos, o pai da inocente Valentina e fiquei sem vontade de acrescentar mais nada.
Já que muitos se encontram fechados em casa, podem entreter-se com leituras, mas ao menos escolham livros que agradem e sirvam para abrir as mentes.
«Homo Deus», obra que faz parte de uma trilogia, «Breve história da humanidade», e «21 lições para o século XXI», do historiador Yuval Noah Harari, tem sido um grande êxito de vendas, publicado em diversas línguas e países, fazendo-nos refletir sobre as implicações do mundo atual.
O livro, escrito numa linguagem acessível, divide-se em 3 partes, o homo sapiens conquista o mundo, o homo sapiens dá sentido ao mundo e o homo sapiens perde o controlo.
Diz o autor: «A História é testemunha da ascensão e queda de muitas religiões, impérios e culturas. Essas transformações não são necessariamente más. O humanismo tem dominado o mundo nos últimos 300 anos, o que não é assim tanto tempo.»... «Talvez o colapso do humanismo também se revele benéfico.»...«É provável que no século 21 a humanidade seja levada para lá dos seus limites...é provável que os computadores sejam capazes de substituir os humanos em quaisquer funções.» (pags. 81,82, 83).
Hoje venho falar de solidariedade, virtude absolutamente essencial quando a crise é grande.
Espalhadas pelas redes sociais há muitas alusões às «caixas solidárias», que se destinam a ajudar ou distribuir alimentos ou produtos de primeira necessidade a pessoas carenciadas. O mote é, «tire o que precisa e deixe o que puder».
Boa intenção, sem dúvida. Mas será que funciona? Há vários registos de vandalização e roubos das caixas, dos seus conteúdos e aproveitamento para despejos de lixo.
Acho por isso preferível que, quem possa e queira contribuir, recorra a uma rede ou instituição já existente para fazer chegar a ajuda aos necessitados, pois muita gente nem pode, nem sabe ou nem consegue recorrer a estas caixas solidárias.