O País tem sido governado com algum desnorte e ao sabor de apetites, temos de reconhecer.
O caso do novo, ou talvez não, aeroporto do Montijo é exemplar. Depois de anos de estudos, de investimentos, de projetos e de promessas, lembram-se que, segundo uma lei anterior, afinal os municípios podem vetar esta decisão. Decisão esta, a construção do novo aeroporto, que se reconhece ser de interesse nacional.
Fácil, muda-se a lei.
Pergunta 1: Mas como, se a oposição não concorda?
Pergunta 2: E só descobrem isso agora?
Pergunta 3: E porque aprovaram uma lei destas, senhores polítidos, que um dos ministros veio dizer ser uma norma estúpida?
Quando vamos escolher uma cadeirinha de transporte de criança ou um carrinho de bebé, sabemos desde logo, que os mesmos devem cumprir uma série de regras e homologações, talvez excessivas, digo eu, em nome da segurança e do bem estar do infante.
Porém, muitas crianças acossadas pela guerra na Síria, são transportadas de qualquer maneira na fuga das zonas de combate. Vemos na foto da Reuters, uma família de quatro pessoas numa mota, com um dos pequenos pendurado no braço da mãe, num inverno rigoroso, e sem qualquer garantia de haver espaço ou condições num campo de refugiados.
Trata-se dos horrores da guerra. «Mas as crianças, Senhor porque lhes dais tanta dor, porque padecem assim?»
Fora de série o concerto de Salvador Sobral no Centro Cultural de Belém em Lisboa, depois no Porto e hoje ainda em Aveiro, para os felizardos que tenham conseguido bilhete, pois as casas estão cheias.
Na sala escurecida ouve-se a voz de Sobral e as primeiras notas de «J,arrive», a história dos que se vão, simbolizados pelos crisântemos, de crisântemo em crisântemo as nossas amizades partem, como a sentia Jacques Brel.
Estava ganha a partida. Mas o concerto não cessou de nos emocionar, com as belas canções, a encenação, as letras difíceis, o respeito pela poesia acima de tudo. Canções que o tempo não envelheceu e que muitos não ouviam há muitos anos.
Sem dúvida um excelente intérprete. Talvez venham aí mais concertos, Leonardo Cohen, por exemplo, quem sabe.