Duas jovens, desciam a Avenida da Liberdade, numa destas tardes ensolaradas. Ténis e calças de ganga justinhas, cabelos soltos pelos ombros. Dizia a mais gordinha para a outra, «Eu não quero nenhuma relação séria, mas também não quero nenhum caso de uma só noite, o que eu quero é um gajo para f...». Assim, alto e bom som, com todas as letras que não se repetem aqui.
Muito nos avisaram as nossas mães e avós contra os «fulanos que só queriam aproveitar-se das meninas e não tinham intenções sérias», mas agora são as meninas que, por via da igualdade, ou por outras vias, se encontram no mesmo patamar.
Fui educada como católica e hoje posso dizer que sou uma «católica pouco convicta», mas que guardo o devido respeito ao sentido da religiosidade e sobretudo acredito na máxima, «a fé consegue mover montanhas».
Mas as recentes revelações de práticas repetidas de abusos sexuais e pedofilia na igreja católica, fazem gelar o mais profundo de cada um de nós.
Fica por terra a pretensa superioridade da religião católica, e só posso dizer que muito mal se sai a igreja nesta fotografia.
Sobre a investigação de tais denúncias e afastamento e punição dos culpados, temos de aceitar que mais vale tarde do que nunca. Agora continuar a defender o celibato dos padres e não aceitar a ordenação das mulheres, parece uma enorme falta de visão sobre este problema.