Sabemos que o desenvolvimento das crianças e das suas capacidades motoras beneficia com as brincadeiras na rua ou ao ar livre. Mas um estudo recente da Faculdade de Motricidade Humana, da Universidade de Lisboa, constatou que em comparação com grupos etários da mesma idade, as crianças norueguesas brincam muito mais no exterior do que as crianças portuguesas, isto quer no inverno quer no verão.
Parece impossível, não é. Ora, entre as principais razões pelas quais os pais justificam as poucas brincadeiras no exterior, estão o receio de estranhos e do trânsito. O primeiro medo deve ser comum a quase todas as culturas, recear que alguém faça mal aos pequenitos ou que estes se percam, mas o perigo do trânsito, parece-me bem justificável e muito português.
São também as crianças portuguesas as que são mais transportadas de carro para a escola.
Ou seja, os pais portugueses, para além de cumprirem extensos horários de trabalho que não devem passar pela cabeça de um norueguês, devem ser os que mais longe vivem das escolas, enfrentando ainda dificuldades de transporte para levar e recolher os filhos.
Assim, enfiados em extensas viagens de carro, casa, escola, trabalho, como podem estes pais ainda ter tempo e disposição para deixar (e vigiar), os infantes a brincar ao ar livre? Resta a esperança de que as escolas tentem compensar isto, incentivando os desportos e corridas nos pátios exteriores.
Na família mais próxima partilhamos agora três cães, ou melhor duas cadelas, uma das quais idosa, e um macho recém-chegado. Foram todos resgatados de canis e as adoções correram todas bem.
Convivem e brincam com frequência. Com exceção da hora da refeição, pode dizer-se. Aí, o macho depois de comer da sua gamela, vem rápido à procura da comida das duas cadelas e se o deixarem, mostra-lhes o dente para que elas se afastem e poder assim refastelar-se à vontade, com a comida delas.
Porque será que isto acontece, não entendo. Será por ser macho, por ser dominante, por as duas cadelas serem calmas, não sei. Temo que seja um dos traços da masculinidade canina, mas que tem de ser contrariado, ai isso tem.
Um sinal de envelhecimento é não gostarmos da generalidade da moda do momento.
Tal como na música, em que os mais velhos ficam colados aos «hits» dos anos 60, 70 ou 80, não se identificando, nem reconhecendo nenhum estilo ou grupo musical depois dessas datas, com a efemeridade da moda de vestir, acontece o mesmo.
São as calças apertadinhas, quando o nosso ideal eram as calças à boca de sino. São as cinturas descaídas, quando as cinturas subidas sempre foram as preferidas, até para esconder as gordurinhas. São as cores e os padrões de outrora. São as blusas cintadas, com folhos, sem folhos ou largas até demais. Ou os vestidos, mini, justos, ou pregueados...
Uma coisa é certa, a diversidade nunca foi tão grande. O ir buscar tendências das décadas passadas é hoje plenamente aceite. Assim, podemos sempre escolher e variar, ou não.