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Ninguém é feliz sozinho

Ninguém é feliz sozinho

Outra vez o Metro de Lisboa

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Os utilizadores do Metro de Lisboa têm de protestar e não se podem calar. A administração da empresa resolveu agora, reduzir o número de composições em uso, dando-lhe o bonito nome de «horário de verão.»

Mas horário de verão, como? No verão não se trabalha, não temos a cidade ainda mas cheia de turistas e de visitantes?

Mas reduzir como? As carruagens não andam a abarrotar, as composições não chegam com atrasos?

Se o serviço público fosse acarinhado, devia era ser aumentado o número de comboios, sobretudo nas horas de maior afluência e acabar com os atrasos, as interrupções e paragens, as chamadas «perturbações na linha», que perturbam isso sim, a vida dos utentes. 

Coisas que devem ser ditas

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Há tempo que se discutia a necessidade de obras de esgotos, infraestruturas e repavimentação de várias ruas, do lado poente do município de Sesimbra.

Em ano de eleições autárquicas vai de fazê-las. A obra que era para estar pronta no inverno, arrancou finalmente na primavera e estende-se pelo verão fora e talvez ainda pelo outono adentro, dado o seu arrastar.

Podem imaginar o que isto significa para aquelas paragens.

São ruas e ruas esburacadas e intransitáveis, quer para os carros, quer para os parques de estacionamento, quer para os peões, pois não houve sequer o cuidado de instalar passagens pedonais que facilitassem o acesso às praias. 

As ruas são escavadas várias vezes, ao sabor das diferentes empreitadas, que me parecem incompreensíveis, primeiro as tubagens, depois as redes elétricas, as águas, ou outras, e quando se pensa, parece que deste lado já acabaram, vêm outra vez as máquinas pesadas para abrir de novo as valas. 

Não haveria outra maneira de fazer estas obras, começar e acabar logo, rua a rua? Alguém que faça obras no soalho da casa onde vive, não levanta o chão todo de uma vez, tornando a casa inabitável.

Mas são assim as obras feitas por alguns municipios, e depois ainda querem que os eleitores votem neles.

Águas paradas

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Tenho convivido (mal), há alguns meses com uma capsulite adesiva no ombro esquerdo, o que para além de ser doloroso, me limita os movimentos do braço. Chama-se adesiva pois o ombro parece colado e perde mobilidade.  

Ao princípio, não percebia o que tinha, umas dores agudas, com certos gestos, o que me levava a evitá-los, mas o diagnóstico veio certeiro. Ando agora na fisioterapia e na piscina para recuperação e de facto tenho melhorado, embora muito lentamente

Tão lenta vai a recuperação, que para mim mais me parece uma água parada, que comecei a magicar se não iria ficar assim e a interiorizar essa condição. Ora, uma das minhas maiores dificuldades no dia a dia, é o vestir e o despir, pois o braço não estica e tenho de fazer de contorcionista.

Fui experimentar roupa nova um destes dias, naqueles cubículos minúsculos de uma loja, nada adequados ao contorcionismo, e foi então ao verificar ser-me impossível puxar o fecho, apertar ao lado, e outras coisas mais, que me apercebi das minhas limitações. Se quero uns trapinhos novos, preciso mesmo de conseguir esticar o bracito e lá vai mais suor e lágimas nos exercícios. 

 

Fogo que arde e que vemos arder

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É uma tragédia, uma vez mais, fogo, fumo e cinzas. Vidas ceifadas, famílias desfeitas, casas perdidas, animais queimados, culturas estragadas, em suma, para alguns, se pergunta se haverá ainda vida depois de mais esta provação?

Quando passamos pelas zonas de pinhal ou de serranias no interior do país e vemos a beleza das pequenas aldeias no meio do verde da vegetação, não queremos imaginar o que pode acontecer nos meses de estio e de um momento para o outro.

É verdade, que o interior tem perdido população, que as gentes que por lá vivem são sobretudo idosos, que muitos campos não estão cultivados, que o mato cresce a eito, que o combate aos incêndios talvez não tenha sido o mais adequado, etc.

Mas mesmo assim, serão os fogos na região interior uma fatalidade a repetir com o calor, todos os anos? 

Ao contrário, do que já li nas redes sociais, acho que a tragédia é de tal grandeza, que só peço a quem puder ajudar que ajude, através de instituições que possam merecer mais confiança,  porque as populações que ficaram, vão mesmo precisar de muita ajuda. 

Muros, solidão e velhice

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Muitos idosos vivem em grande solidão e falta de apoio e nem sempre por insuficiência económica.

Conheço uma senhora sozinha, no interior do país, apenas com sobrinhos netos, todos a viver longe. Tem perto de noventa anos e vários problemas de saúde, entre os quais fratura do colo do fémur. Seguiu-se cirurgia, fisioterapia e lá foi recuperando.

Assim, que se sentiu melhor quis logo voltar para a casa dela, que era dizia, onde se sentia bem. Pois quem é que não quer? O problema está em saber se estão reunidas as condições.

Recentemente, uma das sobrinhas netas foi alertada quanto ao estado da tia.

Tinha caído, alguém a sentou no sofá, mas agora não se mexia, nem falava.

Lá acudiram e chamaram o médico. Este foi de opinião, que não seriam precisos exames, nem internamentos, mas que a senhora se encontrava assim, por falta de alimentação adequada.

Uma tristeza, na verdade, que alguém, chegue a esta idade, e não tenha ninguém por perto para ao menos, lhe levar um prato de sopa, um copo de água, ou o que for. 

Neste caso, a família ainda foi a tempo de tomar providências e contratar ajuda para a idosa, apesar da resistência desta, que está agora francamente  a recuperar, mas quantas situações conhecemos nós, em que por abandono, negligência, falta de dinheiro, os idosos entram em subnutrição.   

 

 

Santa Casa e Montepio

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A entrada da Santa Casa da Misericórdia no capital do Montepio pode significar o cavar da sepultura daquela. Cabe a quem tiver de tomar a decisão pesá-la muito bem. A Santa Casa, é uma instituição secular, importantíssima no apoio aos mais desfavorecidos na cidade de Lisboa, em valências diversas, desde o berço até à tumba, de quem mais precisa.

Tem, entre outras, as receitas dos jogos sociais, mas estas devem destinar-se ao apoio social, que é a sua finalidade e não a apoios duvidosos aos bancos.   

Apetece dizer novamente, há sempre dinheiro para os bancos, mas não há dinheiro para os pobres. 

Como a luz de um farol no meio do escuro

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Ouvimos muitos queixumes dos mais jovens, os dos trinta e tais, entre eles a  precariedade, a falta de oportunidades de trabalho, a escassez do salário, e muitas vezes a necessidade de emigrar, pelas razões anteriores. Mas agora também a falta de habitação, sobretudo na cidade de Lisboa, que tem levado à subida do preço das casas e das rendas dos apartamentos ou até dos quartos disponíveis.  

Por vezes, parecem querer apontar o dedo aos pais, por estes terem um emprego (mais ou menos), seguro, por terem casa própria, paga ao banco, (ou ainda não), ao fim de dezenas de anos, ou por terem uma reforma, depois de uma vida profissional de descontos.

Mas estes jovens são os primeiros a dizer que preferem viver o «aqui e o agora», situação que me parece isenta de críticas dada a incerteza de quase tudo. E gastam em restaurantes, bem estar, carros, férias, viagens, e outras experiências. 

Os seus pais não tiveram sequer essa opção, para alguns nem sequer houve a possibilidade do estudo e na sua maioria tiveram que começar a trabalhar tão cedo quanto possível, nos empregos que lhes iam aparecendo.

É de salientar que muitas destas escolhas resultam da certeza de saberem que se as coisas correrem mesmo mal, quase todos podem contar com o apoio das suas famílias, que continuam e continuarão a protegê-los tal como a luz de um farol. 

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