O peso das famílias
Ouvi na abertura deste ano escolar, numa estação do Metro, uma mãe muito enervada a falar ao telemóvel com a filha: «O teu pai é o maior, recebe o ordenado todo, fica com ele e não me dá nada, a única coisa que ele te paga é o passe dos transportes. Isto assim não dá, com tanta despesa.»
Penso que a filha lhe terá sugerido que poderia ir viver para casa do pai.
«Não», continuou a senhora, que compreensivelmente não queria abdicar da filha, «não é ires viver com o teu pai, é que ele não me ajuda nas despesas e eu sozinha não consigo».
Quantas mães, quantas famílias não se reveem nesta situação.
O progenitor que foge às suas responsabilidades, deixando quase ou tudo, em cima do outro.
Mas e os filhos, alguém pensa neles, o que podem eles fazer metidos no meio destas guerras? Ouvem dum lado, ouvem do outro e só devem desejar fugir e para bem longe.
Mães e pais que me ouvis, haverá sempre dificuldades, desentendimentos, mas por favor, deixem os vossos filhos de fora. Isso é querer o melhor para eles.