Má literatura que nos prende
O livro «Origem» de Dan Brown, o mesmo autor do «Código da Vinci», tem sido um grande êxito de vendas em quase todos os países onde se encontra editado.
Mas na minha modesta opinião, a obra não é mais do que a condensação de factos e conjeturas retirados da net, a pedir uma leitura rápida, ou seja um mero produto de marketing. Muita publicidade, embalagem bonita, mas nada de conteúdo.
Passado em Espanha, tem algum mérito, vá lá, dirão alguns e já não é pouco, de nos falar de Barcelona e da relevância de um dos seus mais importantes arquitetos, Antonio Gaudi. Mas o enredo, então é uma parvoíce. A grande descoberta da Origem, não é tanto o princípio da vida, de onde vimos, mas o futuro da mesma, para onde vamos. Segundo o autor surgirá o aparecimento de uma nova espécie, o homem tecnológico, que substituirá o «homo sapiens».
Ora, no inicio do livro, tal segredo, é apresentado como sendo capaz de colocar em causa as religiões monoteístas. E vai ainda conduzir ao assassínio e perseguição de chefes religiosos, dos nossos heróis e a muitas outras peripécias. Não podia faltar uma heroína, diretora de um Museu, e nada mais do que a noiva do príncipe herdeiro do trono de Espanha.
Dirão, mas se não gosta porque leu o livro? Pois, este é o seu grande mistério. Na verdade, li-o, 500 e tal páginas, com sentido muito crítico sim, mas sempre a virar as páginas a tentar descobrir algum fio para a meada, que não passa de um novelo enrodilhado.
Mas por certo, haverá muito quem goste.