Aqui fica uma linda imagem do Lago Como, no norte de Itália, imenso reservatório natural de água no sopé das montanhas alpinas.
Ouvimos dizer, «é como a chuva que cai do céu». Mas a chuva vai escasseando, pelo menos nas nossas paragens.
Lembro-me de um chuvoso inverno, quando vivia num último andar de um prédio, mesmo por debaixo do telhado, que deixava passar água para dentro do quarto. Tínhamos de colocar baldes para a aparar, enquanto se esperava pelo bom tempo, para se poder reparar o telhado. Esta espera durou quase todo o inverno, pois a chuva não cessava.
Ora isto, é passado.
Agora a chuva escasseia e temos de ser muito cuidadosos com a utilização da água. Embora nos digam que apenas 30% do consumo de água seja doméstico, sendo o grosso, 70%, gastos na agricultura, cada um de nós tem de fazer o seu trabalho.
Mas para poupar água a sério, porque não aproveitar a água dos banhos e dos eletrodomésticos para as sanitas ou despejos. Não faz sentido usar água tratada para esse fim. Não digo com o sistema de baldes ou alguidares, mas sim com a instalação de condutas ou reservatórios nos prédios, pelo menos nas novas construções, para esse efeito.
Por outro lado, o país, bem deve começar a pensar em investir, o quanto antes, em sistemas de dessalinização da água do mar, como em Porto Santo, por exemplo, pois tudo indica que é para isso que se caminha.
O livro «Origem» de Dan Brown, o mesmo autor do «Código da Vinci», tem sido um grande êxito de vendas em quase todos os países onde se encontra editado.
Mas na minha modesta opinião, a obra não é mais do que a condensação de factos e conjeturas retirados da net, a pedir uma leitura rápida, ou seja um mero produto de marketing. Muita publicidade, embalagem bonita, mas nada de conteúdo.
Passado em Espanha, tem algum mérito, vá lá, dirão alguns e já não é pouco, de nos falar de Barcelona e da relevância de um dos seus mais importantes arquitetos, Antonio Gaudi. Mas o enredo, então é uma parvoíce. A grande descoberta da Origem, não é tanto o princípio da vida, de onde vimos, mas o futuro da mesma, para onde vamos. Segundo o autor surgirá o aparecimento de uma nova espécie, o homem tecnológico, que substituirá o «homo sapiens».
Ora, no inicio do livro, tal segredo, é apresentado como sendo capaz de colocar em causa as religiões monoteístas. E vai ainda conduzir ao assassínio e perseguição de chefes religiosos, dos nossos heróis e a muitas outras peripécias. Não podia faltar uma heroína, diretora de um Museu, e nada mais do que a noiva do príncipe herdeiro do trono de Espanha.
Dirão, mas se não gosta porque leu o livro? Pois, este é o seu grande mistério. Na verdade, li-o, 500 e tal páginas, com sentido muito crítico sim, mas sempre a virar as páginas a tentar descobrir algum fio para a meada, que não passa de um novelo enrodilhado.
Nos últimos anos, com a dureza da Troika, a mensagem passada para as instituições e organismos, era, «não há dinheiro, por isso sejam criativos».
E daí, as vendas e os alugueres do nosso património. Procurou-se, em suma, a comercialização de tudo que pudesse valer alguma coisa.
Foram criadas tabelas com os custos referentes à utilização dos monumentos nacionais para eventos não públicos, que se traduziam no encaixe nos exauridos cofres de milhares de euros.
Sempre ouvi dizer, «vão-se os anéis fiquem os dedos.»
Por isso, não vou aqui debater se esta situação é boa ou má, se há monumentos mais aptos a receber eventos pagos e outros cuja dignidade os devia colocar num patamar superior. Acho apenas que hipocritamente, alguns tentam esconder a cabeça na areia, fingindo-se inocentes ou ignorantes acerca destas situações.
Ora este assunto não devia ser um facto político, nem se deviam procurar culpados, porque culpados somos todos nós e a nossa ganância.
E sobretudo não tentem criar um novo facto que nos faça esquecer a seca, os fogos, a legionela e mais outras coisas, que estas sim, são bem importantes.
O convento dos Cardaes, na rua do Século, 123, perto do Príncipe Real, já inaugurou este ano a sua venda de Natal solidário. Funciona aos sábados e domingos. E para além de compotas, bolachas e iguarias várias, que pode levar para casa ou para oferecer, tem ainda como atrativo o brunch, por 17.50, e o chá, com bolo e scones, por 7.50 euros por pessoa.
A oportunidade pode servir também para visitar um belo edifício, anterior ao terramoto de 1755, com a capela da foto, revestida com magníficos azulejos e talha dourada, e ainda com a roda dos expostos ou enjeitados. Este convento tem, ao longo de séculos, servido de lar a gente necessitada.
Estará ademais a contribuir para a sustentabilidade de uma obra social, que acolhe e ajuda jovens e mulheres com deficiência.
Gosto de bufetes. Apesar de reconhecer que a comida pode não ser muito variada ou criativa, pois habitualmente, nos pratos quentes, o peixe é um bacalhau qualquer coisa e a carne, um lombo assado, gosto de ver as cores e as variedades apresentadas, sobretudo nas entradas e nas sobremesas.
No outro dia, calhou-me mais um bufete. Havia uma mesa redonda ao canto, com aspeto festivo, com alguns convivas, de idade mais avançada e também como é costume, quando se sobe na faixa etária, mais mulheres que homens.
Na fila para o bufete, estavam à minha frente algumas dessas senhoras a servirem-se da sopa. Uma delas levava na mão esquerda um prato de sobremesa enquanto a mão direita se dirigia para a terrina da sopa.
Percebendo que a coisa poderia correr mal, coloquei-lhe com rapidez, em cima do prato de sobremesa uma tigela de sopa, para onde a senhora verteu a dita, agradecendo então, entre risos e brincadeiras de todo o grupo.
«Ai, a minha cabeça, ai o que eu ia fazer», dizia a senhora. Todos nos rimos.