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Ninguém é feliz sozinho

Ninguém é feliz sozinho

A luz de Lisboa

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Sempre ouvi falar na luz especial de Lisboa, pensava eu que era uma treta, para entreter poetas, pintores e mais modernamente, realizadores de cinema.

Afinal, uma exposição muito bem conseguida, no Museu de Lisboa, Torreão Poente do Terreiro do Paço, vem explicar de modo simples, a razão de ser deste fenómeno.

Primeiro, as muitas horas de sol da cidade, superiores por exemplo, às horas de sol de Madrid, depois a localização em colinas, como um anfiteatro aberto junto a um rio, que funciona como um espelho, depois os ventos, a nortada, que limpa as névoas, depois os próprios materiais de construção, as pedras calcárias da calçada, as fachadas brancas, os azulejos, tudo serve para ampliar e refletir a luz.

Pronto, visitem até 20 de dezembro, para poderem ver umas vistas fantásticas sobre a cidade e o rio e experienciar ao vivo a luz da cidade.

 

 

Há um novo espaço museu no Chiado

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Abriu este mês no Chiado um novo espaço do Museu Nacional de Arte Contemporânea. Trata-se das antigas instalações do Governo Civil de Lisboa, que alojam agora mais pintura e escultura de autores portugueses. 

A adaptação apesar de muito simples, resultou muito bem, resumiu-se sobretudo na pintura de todo o interior de branco, tetos, portas e chão, algum soalho, sendo que o branco faz realçar as diversas obras. As  salas e salinhas são luminosas, com janelas para as diferentes ruas, beneficiando ainda o corredor central de uma bonita clarabóia. 

Mais tarde, pretende-se que este núcleo seja ligado interiormente à parte inicial do MNAC, o que será uma grande vantagem para os visitantes, mas por ora, a passagem é feita pela rua.

Mas vale bem a pena a visita.

Histórias nem sempre cor de rosa

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Filha única, nascida numa aldeia perto de Lisboa, veio estudar para a capital realizando o sonho que os pais, gente simples e ligada ao campo, não tiveram oportunidade de realizar.

Mais tarde, os pais divorciaram-se. O pai foi viver com outra senhora e a mãe despeitada embora, acabou também por arranjar outro companheiro.

Ela dizia para quem a quisesse ouvir, «em vez de dois, agora tenho quatro velhos a cargo, ele é fisioterapia para um, análises para outro, consultas para isto e aquilo.»

A mãe que, enviuvou entretanto, era rija e já na casa dos oitenta sobreviveu a uma doença cancerosa e espantou as enfermeiras quando apareceu no hospital para uma cirurgia, sem o saquinho dos medicamentos diários, que a maioria dos idosos carrega, pois tinha chegada àquela idade sem precisar de tomar nada.

Quando faleceu o pai, a mãe pediu, «filha eu quero ir despedir-me do teu pai, que foi o homem da minha vida.»

Mas como, se estava lá a «outra», a verdadeira viúva, que a mãe dizia jamais querer ver?

Com a ajuda de umas vizinhas e a pretexto do poder ainda piorar do reumatismo, lá  conseguiu retirar do velório a madrasta e levá-la para casa.

A correr foi a casa da mãe e toca de fazer tudo ao contrário, metê-la no carro e transportá-la até à igreja. 

Desta vez lá conseguiu resolver a coisa, mas muito sofre a filha única de pais divorciados.

 

Cuidado com os romances históricos

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Como já tenho referido amiúde, ando sempre a ler qualquer coisa e desta vez peguei no livro, «D. Teresa» da escritora, Isabel Stilwell, da qual já tenho lido com gosto outros romances, que me lembre, D. Filipa de Lencastre, D Catarina de Bragança, D. Amélia e D. Maria II.

Esta D. Teresa é a mãe de Dom Afonso Henriques e por conseguinte a história passa-se nos séculos XI e XII.

Ou seja, as batatas e o milho ainda não tinham chegado à Europa, pois que só por cá apareceram trazidos da América após as aventuras dos descobrimentos.

Os romances históricos são muitas vezes uma fantasia, tanto maior, quanto mais distante for a época e obrigam a muito esforço e pesquisa, que calculo seja apanágio desta autora.

Mas não se pode escrever num romance desta época, «...enquanto acendiam as lareiras, cortavam batatas na cozinha...» e «a broa de milho, a que não resistia», conforme referido nas páginas 24 e 193.

Dado o valor inegável deste tipo de literatura e sendo Stilwell considerada a «autora de romances históricos mais lida em Portugal», sugiro que estes erros sejam prontamente corrigidos numa próxima edição.

As mães portuguesas

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Ao criar ou educar um filho, cada mãe e cada pai transmite um pouco da sua cultura e das suas raízes. Com segurança, ninguém pode dizer quais são as melhores.

Assim, são diferentes as preocupações dos pais do norte da Europa, que tentam que os seus filhotes ganhem rapidamente  autonomia, e onde vemos as crianças pequenas a serem responsáveis pela limpeza das salas de aula, e pela ajuda nos refeitórios, (e olha a poupança que viria daí), sendo que na verdade, acabam por sair mais cedo de casa. 

Pelo contrário, os povos do sul, valorizam menos a independência, dizendo-se  que os jovens italianos são os que mais tarde abandonam o ninho familiar. Sabemos que o cumprimento de regras e a pontualidade são uma característica muito apreciada pelas famílias alemãs, onde as crianças e os adultos nunca se atrevem, por exemplo, a atravessar uma estrada sem trânsito, enquanto o sinal dos peões estiver encarnado. Também as crianças alemãs depressa começam a ir sozinhas para a escola, talvez porque as escolas sejam perto de casa e com tanta regra cumprida os riscos do percurso sejam poucos.

A valorização da família é uma preocupação portuguesa, onde grande parte do trabalho doméstico recai ainda em cima da mulher e onde a participação feminina no mercado de trabalho continua a ser uma das mais altas da Europa.

Com tantas diferenças na forma de educar, uma coisa é certa, para além de as mães portuguesas serem quase todas umas heroínas, nunca conheci nenhuma, que não passasse primorosamente a ferro a roupa do seu bebé (ou mandasse passar), folhinhos e tudo, mesmo que a criancinha ainda mal abandone o berço.

E houve tempos, em que até as fraldas lavadas à mão eram passadas a ferro.

 

    

Nota: As fotos usadas neste blog são da autora, mas como desta vez se trata de uma obra de António Charrua, aqui fica a referência. 

Os descontos excessivos para a ADSE e o caminho para o abismo

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Veio hoje a público o resultado de um relatório feito pelo Tribunal de Contas sobre a situação do sistema de proteção social dos trabalhadores em funções públicas, vulgo ADSE, onde se conclui que os descontos dos trabalhadores são excessivos.

Para quem não sabe, refere-se que estes descontos subiram em maio de 2014 de 2,5% para 3,5%, com a explicação de contribuir para a sustentabilidade do sistema.

Tretas. Afinal, diz o Tribunal de Contas, bastava que o aumento se tivesse ficado pelos 2,7% para mesmo assim a ADSE ter um excedente de 10%. Neste momento o excedente é de 20%. O aumento destes descontos contribuiu para a saída de muitos trabalhadores, sobretudo os de salários mais elevados, o que a acentuar-se pode colocar em risco o equilíbrio do sistema.

E para que serve este dinheiro a mais, ora para quê, para ajudar a contabilidade do Estado que o classifica como receita nas suas contas.

Não lhe quiseram chamar imposto, mas estes descontos saem dos bolsos exauridos dos trabalhadores em funções públicas, os ditos funcionários públicos, que tem sido tratados como sacos de pancada e apontados como grandes responsáveis pela crise. Contribuem através dos seus impostos para o serviço nacional de saúde e mediante os seus descontos (exagerados) para um outro sistema, ou seja, pagam duas vezes, ou mais do que duas. 

Já agora, se a ADSE é totalmente financiada pelos seus beneficiários, estes deviam participar na direção e tomada de decisão, devendo o Estado interferir cada vez menos.

Ou então, arriscam-se os beneficiários qualquer dia, a poder ficar suspensos sobre o abismo.  

Linhas telefónicas de apoio

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Há muita gente a viver isolada, deprimida, doente, com problemas de relacionamento, dificuldades financeiras e outras.

Existem várias linhas de apoio, algumas mais vocacionadas para problemas de violência ou de sexualidade.

Hoje venho falar da «Conversa Amiga», cujos números estão evidenciados na imagem acima, 808 237 327 e 210 027 159, e que funciona todos os dias entre as 15 e as 22 horas.

Esta linha atende diariamente dezenas de pessoas espalhadas pelo país e ilhas, sendo prevalecentes os apelantes da região sul, sobretudo do Alentejo e Algarve.  

A linha permite o anonimato e a confidencialidade total, procurando apoiar e informar de forma objetiva e isenta.

Aqui fica a mensagem, pois nunca sabemos quando nos poderá ser útil ou servir para aconselhar alguém.

E lá que há muita gente a precisar é bem evidente. 

Procurar o rumo

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É difícil para os mais jovens definir o seu rumo e identidade. Nós sabemos. 

Mas tudo começa com o respeito por si próprio e o esforço por manter esse respeito ou dignidade.

Ouvi uma jovem contar a uma amiga ao telemóvel, estar muito contente por o C ter vindo com ela ao «Festival ao Largo». Parece que a amiga ficou algo surpreendida, pois ela respondeu a seguir, «agora foi só ali comer.» 

Escusado será dizer que até ao fim do espetáculo, vi-a sempre sozinha encostada à parede, como se continuasse à espera.

Assisti também na rua, um casal jovem, meio escondido numa rampa, numa uma cena de agressões e puxões de cabelo por parte do homem. Ela, envergonhada, quando passava alguém, tentava  disfarçar e rir como se fosse uma brincadeira, mas a coisa por lá continuou. Estranho crime em que é a vítima a procurar ocultar, quando deveria antes gritar por socorro. Acudam, chamem a polícia!

Namorados estes? Muita violência começa no namoro. No deixar passar, no não colocar um ponto final na relação.

Quem nos bate e nos maltrata não pode gostar de nós e antes que seja tarde demais, como em tantos casos, há que saber mudar de rumo. 

Falemos de contrastes

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A vida é feita de contrastes de diferenças.

Vem isto a propósito de cena a que assisti recentemente.

Uma amiga falava das suas grandes, ou enormes viagens, mostrando com satisfação os seus álbuns de fotografias em papel, perfeitos e impressos como livros. Tinha andado pela amazónia, pelos glaciares, pelas florestas profundas, pelas caminhadas e mergulhos nas quedas de água e continuava cheia de vontade de partir de novo, procurando novos mundos, novas sensações.

Outro dos presentes, a quem só a ideia de entrar num avião já enchia de ansiedade, esbugalhava os olhos e dizia, «mas isso tudo não é muito cansativo?»

Pois é, somos todos diferentes, mas cada um de nós é único e precioso.

Portuguesas em destaque

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Há duas mulheres portuguesas que se destacam por estes dias.

Uma deixou-nos ontem, com um percurso de vida longa e repleta de exemplos de cidadania e força, falo de Maria de Jesus Barroso.

E outra, também na ribalta política, pelo casamento, Laura, que acompanhou o primeiro ministro, seu marido, numa visita de estado a Cabo Verde, país onde viveu e que aparece na foto sorridente, evidenciando sem embaraço e com ar natural a cabeça sem cabelo, resultado dos tratamentos contra o cancro que tem vindo a fazer. 

Ambas, exemplo de coragem para as mulheres portuguesas.

 

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